A Vingança

"Ahhh! Se as aranhas resolvessem se vingar! Desceriam sorrateiramente do teto até chegar ao meu rosto e fazer sabe-se lá o que com minhas pálpebras... As formigas, que nada tem a ver com a história, parariam para ver o espetáculo e talvez bateriam palmas no fim do show aracno-assustador. Os mosquitos distraídos pelo barulho atordoante de milhares de minúsculas e insignificantes patas de formiga, deixar-se-iam ser pegos pelas teias de aranha estrategicamente posicionadas nos cantos da paredes. As aranhas por sua vez, levariam um grande susto por não esperar que algum mosquito desavisado caísse em suas redes, e sobem rapidamente de volta à teia para soltar aqueles idiotas. Eu, incomodado com o súbito movimento vertical, viro meu corpo para outro lado e esmago algumas dezenas de formigas que subiram na cama para acompanhar o "show" com mais detalhes e, ao mesmo tempo, um grupo de baratas estrangeiras provindas do banheiro ao lado entrariam no quarto pelas frestas inferiores da porta atraídas pelo cheiro de formigas mortas e dançariam um frevo de alguns grilos que resolveram fazer uma trilha sonora para aquela reunião insetívora. Quando um bando de aleluias começou a voar em direção do meu quarto, um grupo de lagartixas famintas chegou e acabou com a festa comendo todo mundo. E eu sonharia que estava voando sem perceber que um bocado de aranhas revoltadas tentaram se vingar..."

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