Desejo de um crime

A única coisa que eu queria fazer era matá-la. 
Em menos tempo que isso, meu coração acelerou, 
transpirei e minha boca secou. 

Como pude ser tão tolo? 
Já não eu sabia que ela faria aquilo? 

Comecei então a pensar em formas de acabar com ela... 
Fui até ela, respirei e vi seus olhos joviais, 
olhando bem dentro dos meus, como se perguntasse 
“o que foi? Por que está me olhando?” 
e eu não tive coragem.

É como um tratamento intensivo de desapego. Não sei dizer. 
Passei de raiva a culpa nos 2 próximos segundos. 
Aquilo não era motivo nenhum no mundo 
para matar uma mosca que fosse. 

Se o fizesse, seria como ignorar 
tudo que eu acredito e estudo. 

Não, não era o certo a ser feito. 
Ela desviou seus olhos dos meus 
e veio em minha direção. 
Na mesma hora lembrei 
que não era a primeira vez 
que aquilo já havia me acontecido.

Então eu entendi. 
Era um teste! 
Não era pra eu tentar matá-la, 
mas entendê-la. 

Cacete! 

Eu deixei a porta aberta 
e a minha cadela comeu meu tênis!

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