Contos do Alberto #1


Tamarah era moça rica: morava em um bairro rico de Brasília e não trabalhava. Seu pai era juiz e sua mãe engenheira, então aos 23 anos a única obrigação que lhe restava era se formar advogada. Ela era boa aluna apesar de não gostar de leis e queria mesmo é ser atriz - mas seu pai reprovava a ideia duramente. Tamarah começou Direito porque não sabia o que iria fazer de faculdade. Ela era alta – maior que a média das mulheres altas – e tinha o corpo atlético (fazia academia quatro vezes por semana). Seus cabelos eram lisos, seus olhos verdes e sua pele branquinha. Era linda, mas para provar que não era besta e que ninguém é perfeito, Deus lhe deu o nariz tão grande quanto sua altura lhe permitia.

Era na casa dessa mulher de narinas incrivelmente protuberantes a que eu me encontrava, pelado, algemado à sua cama, com o revólver do seu pai apontada para minhas partes básicas e cujo hálito alcoólico me informava o apuro em que eu me encontrava.

Um de meus amigos, Alexandre, contou uma história interessante. Conta ele que um dia em que a depressão lhe assolava o coração, ele foi para um desses pubs daqui de Brasília, encheu a cara e disse que transaria com a primeira mulher que aparecesse na sua frente. Claro que quem estava lá era Tamarah e 30 minutos depois estavam os dois em uma cama de motel. Atordoado pelo Absolut e pelo Jose Cuervo, diz ele, deixou que a moça se encarregasse de tudo.

Coisa vai, coisa vem, Alexandre conta que foi uma das melhores mulheres que ele já pegou (apesar de todo mundo saber que foi ela quem o pegou). Sem explicar o porquê. A curiosidade se fez presente em nossas rodas de conversa a partir de então e um a um, cada um de meus amigos foi “se encontrar” com essa moça. Todos relatavam as melhores situações e sensações. Mas nenhum desses “encontros” foram como o meu.

Umas três semanas depois liguei para Tamarah e combinamos que eu iria a seu apartamento. Era tarde de quinta-feira. Na hora marcada, toquei a campainha e gritando lá de dentro, ela me mandou entrar. Quando entrei, vi aquela mulher enorme usando apenas calcinha e tomando alguma coisa em uma taça de martini. Céus! Uma ponta de ansiedade me percorreu a espinha. No mesmo momento, meu olhar subiu dos seus seios para o seu nariz e a vontade de querer algo mais com aquela mulher quase passou. Notando minha hesitação, ela pediu que eu me aproximasse e ví, na mesa do apartamento, uma garrafa de tequila que me convidava ao drink. Olhei para as narinas protuberantes e bebi logo de uma vez duas doses do elixir encorajador.

Sem falar nada, ela me levou ao quarto, tirou minha roupa e me algemou à cama – com algemas reais. O que aconteceu depois disso tornaria essa história um pouco pornográfica e por isso, passemos a pouco tempo antes do pai da moça adentrar o quarto com a tal pistola na mão.

[...]

Duas horas depois de ser algemado eu estava exausto. Sensações de diferentes tipos e intensidades me preenchiam o ser... Eu tremia, babava e me arrepiava. Aquelas haviam sido as melhores duas horas da minha vida. Dez minutos depois eu, insatisfeito com todo o prazer que eu já havia recebido, pedi por mais e fui algemado novamente. Quando Tamara recomeçou seu trabalho, a porta do quarto foi aberta violentamente e um homem barbado cambaleante entrou no quarto carregando uma arma que se não me matasse, me causaria muita, muita dor...

“MAS QUE PORRA É ESSA, BEATRIZ?” Meu carrasco inquiriu enfurecido, e mal Tamarah tirou a boca do meu amigo, foi puxada pelos cabelos e jogada no chão.

“CALMA, PAI!” Tamarah gritou de volta, chorando e tentando se cobrir com pequenas almofadas que se encontravam no chão do pequeno quarto.

“PUTA!” O homem enfurecido gritava, sacudindo a arma na frente da moça. “PUTA! A GENTE CRIA A FILHA PRA ELA VIRAR PUTA!

Já nesse momento não havia sinal de ereção em meu amigo amedrontado.

“Pai,” Tamarah falava devagar, tentando acalmar o pai. “deixa essa arma em outro lugar e vamos conversar?”

“CALA A BOCA OU EU TE MATO, VADIA!” E virou-se em minha direção. Queria eu ter mãos livres para me tampar naquele momento. 

 “QUEM É ESSE AQUI?” ele perguntou sacudindo a arma.

Abri minha boca para responder mas o ar me havia escapado os pulmões.

“É meu namorad...” Tamara respondeu chorosa.

“PORRA DE NAMORADO!” O homem enfurecido pulou em direção à Tamarah e a puxou para fora do quarto pelos cabelos. Não tinha como não entender o que ela fazia todas as tardes em seu apartamento. O pai, que não era bobo, já vinha observando a filha há vários dias...

O que aconteceu depois aconteceu bem rápido e preso à cama eu só pude ouvir. O pai da moça abriu a porta do apartamento com um chute e Tamarah começou a gritar, provavelmente tentando se livrar do agarro do pai. Tentei me livrar das algemas mas senti muita dor nos pulsos e desisti. Olhei para o lado e ví que as chaves estavam no criado mudo. Um grito de fora do apartamento ecoou pelo prédio, seguido do estampido da arma e o baque seco de um corpo caindo no chão fez meu coração tremer. Nunca havia me metido com essas coisas e na primeira vez, olha a situação em que eu estava...

Apressado, eu tentei puxar o braço das algemas e só consegui ganhar muita dor. Em um movimento de desespero que eu não consigo explicar, com os pés, joguei as chaves perto da minha mão e me libertei. Vesti as minhas roupas rapidamente e saí do apartamento, me preparando para ver o pior... Fechei os olhos, respirei fundo e fui até a escadaria. Tamarah, se debruçava sobre o corpo do pai.

Procurei sangue e não achei. Ela chorava.

“Ele teve um treco e caiu da escada!” Tamarah me disse quando me viu do alto da escada. “Ele deixou o revólver cair e ele disparou...” Seus cabelos caíram na frende do seu rosto e eu só pude ver o nariz para fora.

Joguei meu celular para ela e voltei para dentro do apartamento. Olhei para cama onde eu estava algemado e senti a culpa crescer em mim. Abri o guarda-roupas, peguei um vestido e entreguei para Tamarah que se vestiu rapidamente. Ela já falava com os bombeiros quando o primeiro vizinho apareceu para saber o motivo de tanta barulheira. Melhor era eu ficar de fora daquilo mesmo...

“Vai embora.” Tamara me pediu, como se lesse os meus pensamentos e sem pensar duas vezes, fui.

Dois dias depois ela me ligou e pediu para me ver. Resolvi que o melhor lugar para ir era um shopping. E ela concordou.

Nos encontramos na praça de alimentação, na frente o restaurante que havíamos combinado. Tamarah estava com cabelo amarrado em rabo de cavalo, vestia blusa regata branca e calça jeans. Nos cumprimentamos e ela começou a falar e a falar (daí como eu sei tanto da vida dela) e depois de uma hora, ela já me contara o que havia acontecido com seu pai − ele estava internado e fora de perigo e tudo o que eu já contei para você no primeiro parágrafo dessa história.

Achei por um momento que bela aquela mulher estava interessada em mim. Ela é bonita − tirando o nariz − e até que não seria uma má ideia retirá-la daquela vida... Mas aí ela cobrou o programa − duas vezes − e saiu...

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