Sobre Artes e Artistas Por Ernest H. Gombrich

 "Todos nós somos inclinados a aceitar formas ou cores convencionais como as únicas corretas. Por vezes, as crianças pensam que as estrelas devem ter o formato estelar, embora não o tenham naturalmente."

Ernest H. Gombrich, página 6.

Sobre Artes e Artistas
Por Ernest H. Gombrich

Professor Ernest H. Gombrich, nasceu em Viena, na Áustria em 1909. Filho de pai advogado e mãe pianista, conviveu desde pequeno com a arte e aprendeu a tocar cello logo cedo. Gombrich completa seus estudos na Theresianum Secondary School e ingressa na Universidade de Viena para o curso de História da Arte. Em 1936 vai para a Inglaterra onde começa a trabalhar como assistente de pesquisa no Instituto Warburg da Universidade de Londres. Durante a Segunda Guerra, trabalha para a BBC monitorando rádios estrangeiras. Ao fim da guerra, ele retorna para a Universidade de Londres onde continua sua carreira acadêmica. A História da Arte foi publicado em 1950, primeiramente destinado a jovens leitores, e tornou-se uma das maiores referências para a iniciação ao estudo das artes visuais. Até 2006, o livro havia vendido mais de 8 milhões de cópias.


O primeiro capítulo do livro, que é objeto de estudo desse trabalho, busca mostrar ao leitor que pouco conhece arte que não há nada de misterioso no processo de criação de uma obra, apenas trabalho duro de uma pessoa que dedicou seu tempo sobre uma tarefa. E nos lembra que esse empenho prova que o "mistério" sobre as "obras de arte" não passam de "objetos feitos por seres humanos para seres humanos" (GOMBRICH, pag 8), e destaca que muitos desses objetos (leia-se pinturas e esculturas) que hoje ocupam espaços célebres nas galerias e museus de arte não foram concebidos com intenção de se tornarem Arte, mas tinham um propósito previamente determinado, como representar uma cena bíblica ou retratar um lorde e seus escravos.  


Arte, aliás, que quando escrita com A maíusculo passa a significar algo muito mais inalcançável e produto de fetiche generalizado. Gombrich defende que o foco deveria ser no indivíduo que produziu aquele material, valorizando o artista e reconhecendo seu esforço para produzir determinado trabalho (GOMBRICH, pag 1) e afirma que "quando se trata de harmonizar formas ou combinar cores, um artista deve ser sempre 'meticuloso' ou exigente em extremo" (GOMBRICH, pag 10) e é esse cuidado excessivo que torna um trabalho uma grande obra de arte e Gombrich  do fato de que cada pessoa frui de forma diferente com a mesma obra de arte, resultado das diferentes experiências de vida, conceitos e pré-conceitos tão arraigados à nossa cultura; 


Em resumo nesse primeiro capítulo Gombrich discorre largamente sobre o porquê das impressões heterogêneas e explica que à medida que se conhece uma obra e suas motivações, novas impressões surgirão sobre aquele trabalho, convidando-nos a "dar uma chance" aos grandes mestres, pois que eles "deram-se por inteiro em suas obras, sofreram por elas, suaram sangue sobre elas e, no mínimo, têm o direito de nos pedir que tentemos compreender o que eles quiseram fazer." (GOMBRICH, pag 13).

Referências Bibliográficas



GOMBRICH, Ernst H. Sobre Artes e Artistas. in: GOMBRICH, Ernst H. A História da Arte. Disponível online em  <http://goo.gl/MRpaXU>. Acesso em 18 de Agosto de 2014. 


PODRO, Michael. Obituary: Sir Ernst Gombrich. The Guardian. Novembro de 2001. Disponível online em <http://www.theguardian.com/news/2001/nov/05/guardianobituaries.books1> Acesso em 19 de Agosto de 2014.


Department of History of Art. The Gombrich Archive. University of Birmingham. Birmingham, United Kingdom Disponível online em <http://gombrich.co.uk/> Acesso em 18 de Agosto de 2014


PEERS, Alexandra. What’s wrong with art-history textbooks? As publishers churn out revisions, the College Art Association is asking if the old standards are relevant to today’s students. ArtNews. Disponível online em <http://www.artnews.com/2006/02/01/canon-fodder/> Janeiro de 2006. Acesso em 19 de Agosto de 2014








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