Carta 373.938-A

Refletir sobre o fechamento e a abertura de escolas é mergulhar em um oceano de complexidades e possibilidades. Quando se fala em fechar uma escola, pensamos nos desafios, nas memórias que ficam para trás, nos laços que foram criados. No entanto, a abertura de uma nova instituição educacional é, por sua vez, um terreno ainda mais desafiador e estimulante. É como se estivéssemos diante de uma tela em branco, prontos para pintar não apenas com cores, mas com sonhos e ideais.

A escola dos sonhos, aquela que frequentemente idealizamos, seria um lugar de liberdade criativa e de inclusão absoluta. Imaginamos um espaço onde o conhecimento não é apenas transmitido, mas compartilhado e construído coletivamente. Um lugar onde alunos e professores são igualmente aprendizes e mestres, e onde as paredes são tão flexíveis quanto as metodologias de ensino. Essa escola ideal, porém, frequentemente esbarra na realidade pragmática das limitações físicas, orçamentárias e burocráticas.

A realidade nos mostra uma escola que precisa balancear ideais com viabilidade. As demandas são muitas, desde infraestrutura adequada até currículos que atendam às diretrizes educacionais e às necessidades do mercado de trabalho, sem esquecer as expectativas das famílias e da comunidade. Cada decisão, desde a cor das paredes até o tipo de mobiliário, reflete uma série de compromissos e escolhas.Ou falta delas. 

Interessante pensar que, se a realidade é de fato uma construção do nosso cérebro, temos em nossas mãos a capacidade de moldá-la. Podemos escolher transitar entre diferentes tempos e espaços, reimaginar e reconstruir. Este processo de abrir uma nova escola é, em essência, um ato de esperança e de visão. É um compromisso não apenas com a educação, mas com o futuro.

A construção de uma nova escola exige uma dedicação intensa e multifacetada. Todos os envolvidos — arquitetos, educadores, pais, alunos e a comunidade — contribuem com sua visão e esforço. Cada detalhe, cada escolha, é um passo em direção à materialização dessa escola idealizada. E enquanto trabalhamos para construir este espaço, aprendemos sobre resistência, adaptação e, acima de tudo, sobre o poder transformador da educação.

Abrir uma nova escola é, portanto, mais do que simplesmente construir um prédio; é construir possibilidades, é desenhar futuros. É um trabalho árduo, sem dúvida, mas repleto de potencial fértil para plantar as sementes de um amanhã mais sábio e justo.





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